Polícia Caso Eliana

Caso Eliana: Polícia Civil encerra investigação e filho é indiciado por feminicídio

Com a conclusão da investigação, o Ministério Público prepara a denúncia para levar o caso à justiça.

Por Redação

08/11/2024 às 21:32:27 - Atualizado há
Foto: Divulgação

A Polícia Civil concluiu, nesta sexta-feira (8), a investigação sobre o caso envolvendo o estudante de medicina Carlos Eduardo de Aquino Cardoso, de 32 anos, acusado de atropelar e matar sua mãe, Eliana de Lima Tavares, de 59 anos, em um episódio ocorrido em Guarus, no município de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. A investigação foi conduzida pela 146ª DP de Guarus, e, segundo o delegado responsável, Carlos Augusto Guimarães, os elementos coletados durante a apuração indicam que o caso se trata de um feminicídio, configurando uma ação criminosa deliberada por parte do filho.

Dolo comprovado

O grande desafio da polícia foi comprovar a intenção criminosa de Carlos Eduardo, uma vez que a versão inicial do ocorrido sugeria que o atropelamento teria sido um acidente sem intenção de matar. Contudo, a investigação apontou para uma série de evidências que demonstraram que o atropelamento foi intencional.

O delegado Carlos Augusto Guimarães detalhou os seis principais elementos que sustentam a tese de dolo, ou seja, a intenção de matar, por parte do réu:

1. Comportamento no local do acidente: Carlos Eduardo estava dirigindo de forma aparentemente normal antes do impacto, mas acelerou justamente no momento da colisão, o que indica uma ação deliberada.

2. Tentativa de fuga: Após o atropelamento, o réu tentou deixar o local do acidente, reforçando a ideia de que ele estava consciente da gravidade de sua ação.

3. Desprezo pela vida da vítima: Testemunhas relataram que, ao ver a mãe morta no local, Carlos Eduardo não demonstrou qualquer reação emocional, como arrependimento ou empatia, o que aponta para o total desinteresse pela vida da vítima.

4. Visibilidade da cena: A via onde o acidente ocorreu estava bem iluminada, e a bicicleta de Eliana, de cor amarela, era facilmente visível. Isso indica que Carlos tinha plena consciência da presença da mãe no local no momento da colisão.

5. Histórico de agressões: Relatos de familiares e testemunhas, incluindo a irmã de Carlos, revelaram que o réu havia agredido fisicamente a mãe em outras ocasiões, frequentemente motivado por questões banais. Imagens que mostram o estudante agredindo Eliana também foram apresentadas como prova.

6. Depoimentos de testemunhas: A irmã de Carlos, que presenciou as agressões dentro de casa, forneceu relatos detalhados e imagens que mostram o réu humilhando e agredindo a mãe em várias situações, o que ajudou a construir o perfil de um comportamento violento e premeditado.

Desfecho e processo judicial

Com base nesses elementos, a Polícia Civil concluiu que a morte de Eliana Tavares não foi um acidente, mas sim o resultado de uma ação criminosa planejada. O Ministério Público formalizou a denúncia, e Carlos Eduardo agora é réu em um processo judicial. Ele será submetido a um júri popular, onde a sociedade terá a oportunidade de decidir sobre sua culpabilidade.

A conclusão do inquérito é um passo importante para a justiça, e o caso ressalta a necessidade de conscientização sobre a violência doméstica, que, como no caso de Eliana, muitas vezes é silenciosa e devastadora.

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